terça-feira, 26 de abril de 2016

Disciplina de Sociologia Seção 2 – Unidade I

2º ano EJA


5ª ATIVIDADE

Disciplina de Sociologia

Seção 2 – Unidade II

Vivendo com os outros: desnaturalizando as estruturas do mundo social

 
Figura 5: As brincadeiras infantis são uma porta de entrada para o mundo social.

Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/15/Iraqi_boys_giving_peace_sign.jpg – Autor: Christiaan Briggs

         As crianças são mestres no ofício do “estranhamento” da vida diária. Em certa fase da vida, elas estão sempre a nos indagar sobre os significados das diferenças e desigualdades à nossa volta: “Por que eu sou pobre e ele não?  “Como é que se faz dinheiro?”  “Quem é o pai e a mãe de Deus?” “Eu também vou morrer?”. Algumas perguntas nos deixam visivelmente embaraçados. Não só porque talvez não tenhamos uma resposta convincente, mas devido ao fato de que, provavelmente, existam muitas e para cada uma delas poderá haver um novo ‘Por quê?”, “Por quê?”, “Por quê?”.
         Ora, bem sabemos que alguns de nós, jovens e adultos, diante de tantos porquês, às vezes somos tentados a encerrar os questionamentos com uma daquelas velhas respostas que nos foram dadas: “É assim porque o mundo é assim”, “É assim porque Deus quis assim”, “É assim porque tem que ser assim”. Desta forma, não só reproduzimos o mundo em que vivemos, como damos a impressão de que, além de imutável, a realidade social não é uma construção dos indivíduos e grupos que fazem parte dela. Ou seja, a ideia fatalista de que as estruturas sociais das quais fazemos parte não dependem minimamente de nós. Mas elas dependem, sim!

Das diferenças às desigualdades: a estratificação social

       Muitas pessoas têm uma visão naturalizada das desigualdades vivenciadas no dia-a-dia. Há realmente quem acredite que os ricos são superiores aos pobres, que os homens nasceram para ser servidos pelas mulheres, que a pobreza é vontade de Deus, que os brancos são superiores aos negros, que a velhice é inferior às outras etapas da vida, que os gays não merecem respeito, que os gordos não podem ser felizes por causa do corpo, entre diversas ideias que diminuem o valor do outro ser humano. Nós bem sabemos que nenhuma dessas afirmações é verdadeira e são todas elas fruto do preconceito. E sabemos também que todos os seres humanos devem ser respeitados em sua diversidade e dignidade. 
       As diferenças que percebemos em nosso cotidiano não se transformam naturalmente em desigualdades. Para que a desigualdade se estabeleça, é necessário que as nossas formas de pensar e agir contribuam para isso, ou seja, que as nossas ideologias e práticas produzam a estratificação social. Mas o que isso quer dizer?

Figura 6: Conjunto de casas construídas em área de risco.

Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/c8/Sussuarana_%28Salvador%29_2.jpg – Autor: sergio_65_ita

            Voltemos ao exemplo do bebê. Ao nascer, ele já encontra o mundo social em funcionamento. A família dele é parte dessa estrutura: pode ser rica, pobre, branca, mestiça, negra, católica, umbandista, evangélica, com estudo, sem estudo, morar em um bairro com saneamento ou sem saneamento, entre tantas outras variáveis. Assim, o bebê já nasce ocupando um lugar dentro desse mundo e herdando muitas das características que estão relacionadas às
posições de seus familiares. Quando ele crescer, irá perceber que a sociedade é estratificada, ou seja, que existe uma divisão, uma hierarquia em que as várias características de sua família são levadas em conta.

Estratificação social

De acordo com sociólogo Pérsio Santos de Oliveira, estratificação social é a indicação da existência de desigualdades entre as pessoas em uma sociedade. Ela pode ocorrer de três formas: econômica, política e profissional. (Fonte: Introdução à Sociologia. Ática, 2011).

O conceito de estratificação social é muito utilizado pelos sociólogos para se referirem a um sistema de desigualdades decorrente de uma distribuição diferenciada de riquezas, poder, honras e privilégios dentro de uma sociedade. Essa distribuição dependerá da forma como os grupos (categorias, classes, castas) se estruturam e se desenvolvem ao longo da história. Desse modo, em cada período da história, podemos perceber  os tipos de desigualdades  que são produzidas entre os grupos e em que justificativas estão baseadas.

IMPORTANTE

Como vimos, as diferenças culturais não devem ser transformadas em desigualdades. Façamos um exercício constante de desnaturalização daquelas visões preconceituosas que promovem o rebaixamento de diversos grupos sociais. Assim, devemos constantemente nos lembrar de que a cor da pele, a identidade de gênero, o credo religioso, a orientação sexual, a idade cronológica, a condição econômica e a filiação política não são indicativos de superioridade de um ser humano sobre os demais. Somos todos iguais em nossa diversidade, dignidade e direitos.

* Este material é uma adaptação dos Módulos produzidos pela Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro intitulado “Ciências Humanas e suas tecnologias” de autoria da CECIERJ

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