2º ano EJA
5ª ATIVIDADE
Disciplina de Sociologia
Seção 2 – Unidade II
Vivendo
com os outros: desnaturalizando as estruturas do mundo social
Figura 5: As brincadeiras infantis são uma porta de entrada para
o mundo social.
Fonte:
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/15/Iraqi_boys_giving_peace_sign.jpg
– Autor: Christiaan Briggs
As crianças são mestres no ofício do
“estranhamento” da vida diária. Em certa fase da vida, elas estão sempre a nos
indagar sobre os significados das diferenças e desigualdades à nossa volta:
“Por que eu sou pobre e ele não? “Como é que se faz dinheiro?” “Quem é o pai e a mãe de Deus?” “Eu também vou
morrer?”. Algumas perguntas nos deixam
visivelmente embaraçados. Não só porque talvez não tenhamos uma resposta
convincente, mas devido ao fato de que,
provavelmente, existam muitas e para cada uma delas poderá haver um novo ‘Por
quê?”, “Por quê?”, “Por quê?”.
Ora,
bem sabemos que alguns de nós, jovens e adultos, diante de tantos porquês, às
vezes somos tentados a encerrar os
questionamentos com uma daquelas velhas respostas que nos foram dadas: “É assim
porque o mundo é assim”, “É assim porque Deus
quis assim”, “É assim porque tem que ser assim”. Desta forma, não só reproduzimos
o mundo em que vivemos, como damos a impressão
de que, além de imutável, a realidade social não é uma construção dos indivíduos e grupos que fazem parte dela. Ou
seja, a ideia fatalista de que as estruturas sociais das quais fazemos parte não dependem minimamente de nós. Mas elas
dependem, sim!
Das diferenças às desigualdades:
a estratificação social
Muitas pessoas têm uma visão
naturalizada das desigualdades vivenciadas no dia-a-dia. Há realmente quem acredite
que os ricos são superiores aos pobres, que os homens nasceram para ser
servidos pelas mulheres, que a pobreza é vontade de Deus, que os brancos são
superiores aos negros, que a velhice é inferior às outras etapas da vida, que
os gays não merecem respeito, que os gordos não podem ser felizes por causa do
corpo, entre diversas ideias que diminuem o valor do outro ser humano. Nós bem
sabemos que nenhuma dessas afirmações é verdadeira e são todas elas fruto do
preconceito. E sabemos também que todos os seres humanos devem ser respeitados
em sua diversidade e dignidade.
As diferenças que percebemos em nosso cotidiano não se transformam naturalmente em desigualdades. Para que a desigualdade se estabeleça, é necessário que as nossas formas de pensar e agir contribuam para isso, ou seja, que as nossas ideologias e práticas produzam a estratificação social. Mas o que isso quer dizer?
As diferenças que percebemos em nosso cotidiano não se transformam naturalmente em desigualdades. Para que a desigualdade se estabeleça, é necessário que as nossas formas de pensar e agir contribuam para isso, ou seja, que as nossas ideologias e práticas produzam a estratificação social. Mas o que isso quer dizer?
Figura 6: Conjunto de casas construídas em área de risco.
Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/c8/Sussuarana_%28Salvador%29_2.jpg
– Autor: sergio_65_ita
Voltemos ao exemplo do bebê. Ao
nascer, ele já encontra o mundo social em funcionamento. A família dele é parte
dessa estrutura: pode ser rica, pobre, branca, mestiça, negra, católica, umbandista,
evangélica, com estudo, sem estudo, morar em um bairro com saneamento ou sem
saneamento, entre tantas outras variáveis. Assim, o bebê já nasce ocupando um
lugar dentro desse mundo e herdando muitas das características que estão
relacionadas às
posições de seus
familiares. Quando ele crescer, irá perceber que a sociedade é estratificada,
ou seja, que existe uma divisão, uma hierarquia em que as várias
características de sua família são levadas em conta.
Estratificação social
De acordo com sociólogo Pérsio Santos
de Oliveira, estratificação social é
a indicação da existência de desigualdades entre as pessoas em uma sociedade.
Ela pode ocorrer de três formas: econômica,
política e profissional. (Fonte:
Introdução à Sociologia. Ática, 2011).
O conceito de estratificação social é muito utilizado pelos sociólogos para se referirem a um sistema de desigualdades decorrente de uma distribuição diferenciada de riquezas, poder, honras e privilégios dentro de uma sociedade. Essa distribuição dependerá da forma como os grupos (categorias, classes, castas) se estruturam e se desenvolvem ao longo da história. Desse modo, em cada período da história, podemos perceber os tipos de desigualdades que são produzidas entre os grupos e em que justificativas estão baseadas.
O conceito de estratificação social é muito utilizado pelos sociólogos para se referirem a um sistema de desigualdades decorrente de uma distribuição diferenciada de riquezas, poder, honras e privilégios dentro de uma sociedade. Essa distribuição dependerá da forma como os grupos (categorias, classes, castas) se estruturam e se desenvolvem ao longo da história. Desse modo, em cada período da história, podemos perceber os tipos de desigualdades que são produzidas entre os grupos e em que justificativas estão baseadas.
IMPORTANTE
Como vimos, as
diferenças culturais não devem ser transformadas em desigualdades. Façamos um
exercício constante de desnaturalização daquelas visões preconceituosas que promovem
o rebaixamento de diversos grupos sociais. Assim, devemos constantemente nos
lembrar de que a cor da pele, a identidade de gênero, o credo religioso, a
orientação sexual, a idade cronológica, a condição econômica e a filiação
política não são indicativos de superioridade de um ser humano sobre os demais.
Somos todos iguais em nossa diversidade, dignidade e direitos.
* Este material é uma adaptação dos Módulos produzidos
pela Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro intitulado “Ciências
Humanas e suas tecnologias” de autoria da CECIERJ


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