terça-feira, 26 de abril de 2016

Disciplina de Sociologia Seção 2 – Unidade IV

4º ano EJA

5ª ATIVIDADE

Disciplina de Sociologia

Seção 2 – Unidade II

Vamos falar de violência?

Fonte:https://www.bing.com/images/search?q=imagem+viol%c3%aancia+dom%c3%a9stiaa&view=detailv2&&id=080B2503D4FCF95D73F1D44362EF43C0A12C570F&selectedIndex=0&ccid=LmKjdySu&simid=607997379563881727&thid=OIP.M2e62a37724ae1a493d0e8f10f1c3e7d9H0&ajaxhist=0

Exclusão social e violência, muitas vezes, caminham juntas – e isso fica claro quando percebemos que os grupos que mais são vitimados pela exclusão são os que sofrem com mais intensidade os efeitos da violência. Mas, o que seria esse fenômeno social?
Buscar o significado das palavras nos ajuda a entender determinadas práticas. Violência, segundo o dicionário Aurélio, é o “ato ou efeito de violentar”, e “violentar”, no mesmo dicionário, aparece como sinônimo de “violar”. Vamos começar esse papo pensando a violência como toda forma de ação que viola algo de alguém ou até esse próprio alguém. É violento o assalto que lhe viola a posse de um objeto, é violenta a acusação que lhe tira a paz, é violento o preconceito que lhe tira a condição de dignidade, é violento o assassinato por violar o seu direito de viver. Toda violência, a princípio, surge de um uso abusivo ou injusto de alguma forma de poder.
Mas é interessante refletir que nem tudo que parece violento aos nossos olhos pode assim ser classificado. Vamos a dois exemplos: o primeiro deles, uma luta de boxe. Apesar de ser uma medição de forças e técnicas, os lutadores estão de acordo em ferir-se e serem feridos. Se ninguém descumprir as regras estabelecidas, de conhecimento de ambos, o uso das forças ali presentes não viola os direitos de ninguém. Sendo assim, tal luta pode ser definida como violenta?
O outro exemplo retiramos do livro “O mundo funk carioca”, do antropólogo Hermano Vianna, que, ao estudar os bailes funks das décadas de 80 e 90, percebeu que as brigas existentes nessas festas não eram simples brigas que explodiam no calor das emoções, mas uma espécie de “performance” que acontecia em momentos já previamente estabelecidos pelo ritual do baile. Alguns rapazes definiam esse momento como “15 minutos de alegria”. Sendo uma
performance e estando ali os participantes de forma espontânea, podemos dizer que há violência, mesmo que esteja presente o uso da força?
Já, ao contrário, podemos violentar pessoas sem encostar um único dedo nelas, e em alguns casos, sem que a vítima a perceba como uma violação. Por exemplo, você frequenta as aulas na escola e vê que tudo que é apresentado como natural e correto, muitas vezes, corresponde a práticas dos grupos das classes médias e alta – a música que eles escutam chamamos de “clássica” ou “erudita” – enquanto as práticas culturais das populações mais pobres (quando são abordadas em aulas ou em materiais didáticos) são “folclorizadas” ou até criticadas – veja o caso do funk, que até hoje alguns insistem que não pode ser chamado de cultura.

O sociólogo francês Pierre Bourdieu nomeou esse processo de violência simbólica.

Figura 5: O sociólogo francês Pierre Bourdieu (1930-2002).
“Para Bourdieu, o sistema escolar, em vez de oferecer acesso democrático de uma competência cultural específica para todos, tende a reforçar as distinções de capital cultural de seu público. Agindo dessa forma, o sistema escolar limitaria o acesso e o pleno aproveitamento dos indivíduos pertencentes às famílias menos escolarizadas, pois cobraria deles os que eles não têm, ou seja, um conhecimento cultural anterior, aquele necessário para se realizar a contento o processo de transmissão de uma cultura culta. Essa cobrança escolar foi denominada por ele como uma violência simbólica, pois imporia o reconhecimento e a legitimidade de uma única forma de cultura, desconsiderando e inferiorizando a cultura dos segmentos populares.
Assim, convertendo as desigualdades sociais, ou seja, as diferenças de aprendizado anterior, em desigualdades
de acesso à cultura culta, o sistema de ensino tende a perpetuar a estrutura da distribuição do capital cultural, contribuindo para reproduzir e legitimar as diferenças de gosto entre os grupos sociais. Posto isso, as disposições exigidas pela escola, como, por exemplo, as sensibilidades pelas letras ou pela estética visual ou musical, enfim, uma estética artística, privilégio de alguns poucos, tendem a intensificar as vantagens daqueles mais bem aquinhoados material e culturalmente" (SETTON, 2008).
 Já que estamos fazendo o exercício de pensar para além do senso comum, podemos dizer ainda que a violência não é igual para todos os grupos humanos. Ela é uma construção social, ou seja, o que é violento – a até mesmo a gravidade de uma violência – pode variar de sociedade para sociedade. Se você mora em uma capital ou região metropolitana, ao visitar uma cidade do interior, certamente ouvirá narrativas que apontam como a violência cresceu naquela localidade, mas se for comparar com o seu contexto (sem relativizar as diferentes experiências), certamente entenderá aquelas queixas como exageradas.
Durkheim (2002) aponta, por exemplo, que o assassinato, seja quem for a vítima, se tornou o ato imoral por excelência, a mais estúpida forma de violência e o mais cruel dos crimes. Mas, na Roma Antiga, era diferente: Agamben (2010) aponta a existência de homos sacers, pessoas com uma posição inferior naquela sociedade, cujo assassinato não causava responsabilidades legais para o assassino. Os homos sacers eram considerados vidas que poderiam ser tiradas por qualquer um, pois eram um tipo de humano excluído de todos os direitos civis, podendo ser morto por qualquer cidadão sem que tal ato constituísse um crime. Era uma vida “dispensável”; estava fora do direito e, por isso, não poderia ser condenada no âmbito jurídico. Estava exposta à vulnerabilidade da violência por ser desprovida de qualquer direito.
Certamente, se o assassinato não fosse crime em nosso grupo social, haveria outra forma de violência inaceitável entre nós. A partir desses casos, podemos pensar que em localidades onde não há traficantes armados e trocas de tiros, a população encaminha seus esforços morais para outras formas de violência que impactam o seu cotidiano. Talvez seja por isso que você ache exageradas as percepções sobre a violência local que os moradores das cidades do interior demonstram.

Para refletir...

Sobre a mudança da importância de um determinado tipo de crime ou violência, vale a pena ler o que escreveu Durkheim em "As Regras do Método Sociológico":
O roubo e a simples indelicadeza não ofendem senão um único e mesmo sentimento altruísta: o respeito à propriedade de outrem. Só que esse mesmo sentimento é ofendido de modo mais fraco por um desses atos do que pelo outro; e como, além disso, ele não tem na média das consciências uma intensidade suficiente para sentir vivamente a mais leve dessas duas ofensas, esta será objeto de uma maior tolerância. Eis por que se censura simplesmente o indelicado, ao passo que o ladrão é punido. Mas se o mesmo sentimento tornar-se mais forte, a ponto de fazer calar em todas as consciências aquilo que inclina o homem ao roubo, ele se tornará mais sensível às lesões que, até então, apenas o tocavam levemente; ele reagirá portanto com mais firmeza contra elas; tais lesões serão objeto de uma reprovação mais enérgica que fará passar algumas delas, de simples faltas morais que eram, ao estado de crimes (2007, p. 68-69).
Já parou para pensar por que a nossa sociedade tolera uma grosseria ou indelicadeza com o outro, mas acha necessário punir com rigor o roubo, ou seja, a ofensa ao direto de propriedade do outro?

Quem pode ser violento?

Normalmente, identificamos a violência como um erro por parte do agressor e alguns atos violentos, como ferir, tirar a liberdade de um indivíduo e matar, são geralmente punidos com grande rigor em nossa sociedade. Há, porém, um tipo de agente social que pode cometer tais violências sem ser punido ou responsabilizado por tais atos.
Segundo Max Weber, não se pode definir o Estado (pelo menos, na Sociologia) a partir das suas finalidades, mas sim a partir dos meios que lhe são peculiares. E o que isso quer dizer? Nesse caso, falamos do uso da força física, sobre a qual todos os Estados se fundamentam e se mantêm. Sendo assim, tal pensador não pestaneja em identificar as relações firmadas entre o Estado e a violência como estritamente íntimas.
Hoje, porém, temos de dizer que o Estado é uma comunidade humana que pretende, com êxito, o monopólio do uso legítimo da força física dentro de um determinado território. Note-se que o ‘território’ é uma das características do Estado. Especificamente, no momento presente, o direito de usar a força física é atribuído a outras instituições ou pessoas apenas na medida em que o Estado o permite. O Estado é considerado como a única fonte do ‘direito’ de usar a violência (WEBER, 1974, p. 98).
Para fazer uso da violência, com a alegação de garantir o cumprimento das leis e a manutenção da ordem, o Estado confere autoridade às polícias e demais grupos militares que servem como seu braço armado. Porém, tal uso legítimo da força não pode ser feito de qualquer forma: deve se pautar no sistema legal em que tal prática se diz defender e manter. Por exemplo, um policial não pode matar sem motivos, só tem autorização para fazer isso quando o criminoso coloca em risco iminente a vida do próprio oficial ou de outros cidadãos: chamamos essa prática, no Rio de Janeiro, de “auto de resistência” e, em São Paulo, de “resistência seguida de morte”. Caso contrário, o criminoso deverá ser preso, tendo todos os seus direitos garantidos, e se isso não for feito, o policial responderá por abuso de poder e assassinato.
Segundo dados apresentados em um relatório do NECVU (Núcleo de Estudos da Violência Urbana – UFRJ), entre os anos de 2001 e 2011, mais de dez mil pessoas tiveram suas mortes em confronto registradas como auto de resistência no Estado do Rio de Janeiro (MISSE, 2011). Para algumas análises dessa informação, houve uma banalização dos “autos de resistência”, com o objetivo de ocultar execuções sumárias e outras práticas para além do exercício legítimo da violência.
Saiba Mais...
Você sabia que existe o Anuário Brasileiro de Segurança Pública? Nele é possível acessarmos dados sobre estatísticas criminais, gastos com segurança pública e prisões, população carcerária e contingente de policiais. Em 2014, o Anuário revelou alguns dados significativos. Para ver mais informações, acesse: http://www.forumseguranca.org.br/storage/download//anuario_2014_20150309.pdf
* Este material é uma adaptação dos Módulos produzidos pela Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro intitulado “Ciências Humanas e suas tecnologias” de autoria da CECIERJ

Disciplina de Sociologia Seção 2 – Unidade I

2º ano EJA


5ª ATIVIDADE

Disciplina de Sociologia

Seção 2 – Unidade II

Vivendo com os outros: desnaturalizando as estruturas do mundo social

 
Figura 5: As brincadeiras infantis são uma porta de entrada para o mundo social.

Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/15/Iraqi_boys_giving_peace_sign.jpg – Autor: Christiaan Briggs

         As crianças são mestres no ofício do “estranhamento” da vida diária. Em certa fase da vida, elas estão sempre a nos indagar sobre os significados das diferenças e desigualdades à nossa volta: “Por que eu sou pobre e ele não?  “Como é que se faz dinheiro?”  “Quem é o pai e a mãe de Deus?” “Eu também vou morrer?”. Algumas perguntas nos deixam visivelmente embaraçados. Não só porque talvez não tenhamos uma resposta convincente, mas devido ao fato de que, provavelmente, existam muitas e para cada uma delas poderá haver um novo ‘Por quê?”, “Por quê?”, “Por quê?”.
         Ora, bem sabemos que alguns de nós, jovens e adultos, diante de tantos porquês, às vezes somos tentados a encerrar os questionamentos com uma daquelas velhas respostas que nos foram dadas: “É assim porque o mundo é assim”, “É assim porque Deus quis assim”, “É assim porque tem que ser assim”. Desta forma, não só reproduzimos o mundo em que vivemos, como damos a impressão de que, além de imutável, a realidade social não é uma construção dos indivíduos e grupos que fazem parte dela. Ou seja, a ideia fatalista de que as estruturas sociais das quais fazemos parte não dependem minimamente de nós. Mas elas dependem, sim!

Das diferenças às desigualdades: a estratificação social

       Muitas pessoas têm uma visão naturalizada das desigualdades vivenciadas no dia-a-dia. Há realmente quem acredite que os ricos são superiores aos pobres, que os homens nasceram para ser servidos pelas mulheres, que a pobreza é vontade de Deus, que os brancos são superiores aos negros, que a velhice é inferior às outras etapas da vida, que os gays não merecem respeito, que os gordos não podem ser felizes por causa do corpo, entre diversas ideias que diminuem o valor do outro ser humano. Nós bem sabemos que nenhuma dessas afirmações é verdadeira e são todas elas fruto do preconceito. E sabemos também que todos os seres humanos devem ser respeitados em sua diversidade e dignidade. 
       As diferenças que percebemos em nosso cotidiano não se transformam naturalmente em desigualdades. Para que a desigualdade se estabeleça, é necessário que as nossas formas de pensar e agir contribuam para isso, ou seja, que as nossas ideologias e práticas produzam a estratificação social. Mas o que isso quer dizer?

Figura 6: Conjunto de casas construídas em área de risco.

Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/c8/Sussuarana_%28Salvador%29_2.jpg – Autor: sergio_65_ita

            Voltemos ao exemplo do bebê. Ao nascer, ele já encontra o mundo social em funcionamento. A família dele é parte dessa estrutura: pode ser rica, pobre, branca, mestiça, negra, católica, umbandista, evangélica, com estudo, sem estudo, morar em um bairro com saneamento ou sem saneamento, entre tantas outras variáveis. Assim, o bebê já nasce ocupando um lugar dentro desse mundo e herdando muitas das características que estão relacionadas às
posições de seus familiares. Quando ele crescer, irá perceber que a sociedade é estratificada, ou seja, que existe uma divisão, uma hierarquia em que as várias características de sua família são levadas em conta.

Estratificação social

De acordo com sociólogo Pérsio Santos de Oliveira, estratificação social é a indicação da existência de desigualdades entre as pessoas em uma sociedade. Ela pode ocorrer de três formas: econômica, política e profissional. (Fonte: Introdução à Sociologia. Ática, 2011).

O conceito de estratificação social é muito utilizado pelos sociólogos para se referirem a um sistema de desigualdades decorrente de uma distribuição diferenciada de riquezas, poder, honras e privilégios dentro de uma sociedade. Essa distribuição dependerá da forma como os grupos (categorias, classes, castas) se estruturam e se desenvolvem ao longo da história. Desse modo, em cada período da história, podemos perceber  os tipos de desigualdades  que são produzidas entre os grupos e em que justificativas estão baseadas.

IMPORTANTE

Como vimos, as diferenças culturais não devem ser transformadas em desigualdades. Façamos um exercício constante de desnaturalização daquelas visões preconceituosas que promovem o rebaixamento de diversos grupos sociais. Assim, devemos constantemente nos lembrar de que a cor da pele, a identidade de gênero, o credo religioso, a orientação sexual, a idade cronológica, a condição econômica e a filiação política não são indicativos de superioridade de um ser humano sobre os demais. Somos todos iguais em nossa diversidade, dignidade e direitos.

* Este material é uma adaptação dos Módulos produzidos pela Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro intitulado “Ciências Humanas e suas tecnologias” de autoria da CECIERJ

Disciplina de Sociologia Seção 2 – Unidade I

1º ano EJA

5ª ATIVIDADE

Disciplina de Sociologia

Seção 2 – Unidade I

  O que é cultura?

 
Figura 6: A chegada de Cristóvão Colombo. Óleo sobre tela 365.76 cm x 548.64 cm, 1847.

Algumas palavras são tão comuns em nosso vocabulário, que nos escapa o sentido que atribuímos a elas. Talvez o termo cultura seja um dos mais traiçoeiros; usamos esta palavra tanto para elogiar pessoas, obras de arte ou coisas, como para falar mal delas. Podemos dizer que alguém tem pouca cultura ou, ao contrário, que alguém tem cultura demais. Podemos usar o termo para falar do nosso modo de ser, que nos é evidente, “natural”, mas também para designar os modos e crenças de grupos cujas práticas nos parecem estranhas e exóticas. Nosso objetivo, agora, é perceber que “cultura” pode ser vista como um conceito, uma ideia, uma ferramenta de trabalho para as Ciências Sociais.
Não é necessário ir muito longe para encontrar hábitos e crenças diferentes dos seus. Você pode até não viajar para o Japão, mas pode atravessar a cidade ou viajar para o bairro ao lado e lá estão as diferenças. Pessoas se podem se vestir e se comportar de outra forma, ouvem músicas diferentes ou, mesmo se ouvirem a mesma música, ainda podem dançar de forma diferente. Talvez uma das poucas coisas universais entre os seres humanos, fora algumas características biológicas (como respirar, dormir ou comer), seja essa nossa infinita capacidade de inventar modos de vida distintos; de criar diferenças. Isso nos diferencia dos outros animais não-humanos. Um cachorro possivelmente será o mesmo cachorro, terá um comportamento muito semelhante, independentemente da cidade onde ele nasceu; mas os seres humanos não. Os demais animais estão presos aos seus instintos, a mecanismos hereditários que os fazem repetir comportamentos. Os seres humanos estão presos, como afirmam tantos antropólogos, de tantas formas diferentes, aos “grilhões da tradição” ou às teias de significados do grupo onde nascemos e que nós re-inventamos todos os dias. Nós nascemos como animais inacabados, incompletos, que nos completamos através da cultura, um mecanismo de controle que regula o nosso comportamento. Para existirmos em um mundo específico, em um determinado universo social, precisamos desse mapa para nos situar. É isso que faz de nós seres humanos. Nós inventamos diferenças, atribuímos um sentido às nossas práticas e podemos ensinar isso aos nossos descendentes.

Inato ou adquirido? Biológico ou cultural?

O conceito de cultura nos ajuda a explicar um aparente paradoxo: apesar da unidade biológica da espécie humana, nós somos marcados por uma quase infinita diversidade cultural.

Ora, é a cultura que nos permite explicar esta questão: o que nos humaniza são nossas diferenças e especificidades, é o mapa que recebemos e transformamos para nos mover no mundo. Como disse o antropólogo Roberto da Matta,
"Cultura" não é simplesmente um referente que marca uma hierarquia de "civilização" mas a maneira de viver total de um grupo, sociedade, país ou pessoa. Cultura é, em Antropologia Social e Sociologia, um mapa, um receituário, um código através do qual as pessoas de um dado grupo pensam, classificam, estudam e modificam o mundo e a si mesmas. (...) No sentido antropológico, portanto, a cultura é um conjunto de regras que nos diz como o mundo pode e deve ser classificado. Ela, como os textos teatrais, não pode prever completamente como iremos nos sentir em cada papel que devemos ou temos necessariamente que desempenhar, mas indica maneiras gerais e exemplos de como pessoas que viveram antes de nós os desempenharam. (Da Matta, 1981: 2-3).

Alteridade e estranhamento: encontro de culturas, choque com o outro

Em termos gerais, sabemos que lidar com o outro não é fácil. Mas imagine que este outro é um extra-terrestre, e que não fazemos a mínima ideia sobre como o grupo no qual ele está inserido compreende o mundo. Não sabemos que idioma eles falam, quais deuses adoram- ou se adoram alguma coisa. Essa deve ter sido a sensação dos europeus ao chegar no “novo mundo”, no que chamaríamos depois de continente americano. Cristóvão Colombo não estava certo sequer se aquilo que ouvia quando os nativos emitiam sons era de fato um idioma ou simplesmente ruídos desconexos e sem sentido (Todorov, 2010). Um encontro tão radical com o outro pode ter uma série de consequências; o que os portugueses, espanhóis e nativos viveram neste encontro de diferenças foi o que podemos chamar de estranhamento como O estranhamento é uma experiência que pode ser definida a perplexidade provocada pelo encontro das culturas que são para nós as mais distantes, e cujo encontro vai levar a uma modificação do olhar que se tinha sobre si mesmo. De fato, presos a uma única cultura, somos não apenas cegos à dos outros, mas míopes quando se trata da nossa. (Laplantine, 2003: 21).
Essa sensação de estranhamento e a experiência da alteridade são necessárias se nos interessamos pela forma como os outros vivem e se pretendemos “desnaturalizar” a forma como nós mesmos vivemos. Esta é uma palavra que você vai ouvir muito neste curso, porque “desnaturalizar” o mundo social é um dos objetivos e uma das consequências de se estudar Ciências Sociais. Ao entrar neste mundo, nós tendemos a perceber que a nossa forma de ser
é apenas mais uma forma de ser. Ou seja, os hábitos e costumes humanos não estão inscritos em qualquer natureza, não são universais, mas variam conforme esta palavra curta, mas cheia de significado: a cultura.
Para fixar o que acabamos de ver, vamos conhecer dois conceitos que são centrais para o estudo da cultura nas Ciências Sociais: Etnocentrismo e Relativismo Cultural

Etnocentrismo:
"Etnocentrismo é uma visão do mundo no qual tomamos nosso próprio grupo como centro de tudo, e os demais grupos são pensados e sentidos pelos nossos próprios valores, nossos modelos, nossas definições do que é existência. No plano intelectual pode ser visto como a dificuldade de pensarmos a diferença; no plano afetivo, como sentimentos de estranheza, medo, hostilidade etc” (Rocha, 2006: p.7).
"O fato de que o homem vê o mundo através de sua cultura tem como consequência a propensão em considerar o seu modo de vida como o mais correto e natural. Tal tendência, denominada de etnocentrismo, é responsável em seus casos extremos pela ocorrência de numerosos conflitos sociais” (Laraia, 1986: p.75). 

Relativismo Cultural:
Quando vemos que as verdades da vida são menos uma questão de essência das coisas e mais uma questão de posição: estamos relativizando. Quando o significado de um ato é visto não na sua dimensão absoluta, mas no contexto do que acontece: estamos relativizando. Quando compreendemos o “outro” nos seus próprios valores e não nos nossos: estamos relativizando. Enfim, relativizar é ver as coisas do mundo como uma relação capaz de ter tido um nascimento, capaz de ter um fim ou uma transformação. Relativizar é não transformara diferença em hierarquia, em superiores ou inferiores ou em bem e mal, mas vê-la na sua dimensão de riqueza por ser diferença. (Rocha, 2006: p.20)

* Este material é uma adaptação dos Módulos produzidos pela Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro intitulado “Ciências Humanas e suas tecnologias” de autoria da CECIERJ 

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Política

3º ano do Ensino Médio

2ª ATIVIDADE

Disciplina de Sociologia

1º Bimestre

Eixo: Relações de poder e movimentos sociais- a luta pelos direitos na sociedade contemporânea

Conteúdo: Política

A palavra política costuma ser usada de diferentes maneiras no cotidiano das pessoas. Uma delas, a mais frequente, se refere às ações dos governos e de seus opositores. Tem a ver, por exemplo, com o discurso de um deputado ou senador na tribuna, ou com uma reunião de partido. Nesse sentido, a política diz respeito a uma atividade específica de certas pessoas: os políticos profissionais. Estes disputam permanentemente espaço nos órgãos da administração pública, como parlamento e ministérios.
Figura 1: Câmara dos Deputados, Brasília

Se política quer dizer isso em sentido específico, em sentido geral política engloba toda e qualquer atividade humana que se destina a um fim, a um objetivo, a uma forma de organizar as atividades humanas. Desse modo, falamos de “política da escola”, “política do hospital”, “política da empresa”, “política sindical”, e por aí vai.  A maneira como uma instituição define sua estratégia de atuação ou a administração de seus recursos é, por assim dizer, política. Ainda nesse sentido, não só as instituições, mas também as pessoas comuns, todas, fazem política em seu cotidiano – no trabalho, na relação com os amigos, e até no amor. Dizemos às vezes: “Você precisa ser mais político” – o que não significa dizer “ser mais politizado” ou se interessar mais por “política”. A atividade política tem como finalidade prática a conservação ou a transformação das condições objetivas da sociedade.

                   Figura 2: Político

No primeiro sentido que damos à palavra política – que é o que nos interessa aqui – a “política” figura como alguma coisa distante da vida comum das pessoas ou da sociedade em que vivemos, já que acreditamos não ser praticada por nós mesmos, mas por “outros”, os políticos profissionais (deputados, senadores, ministros, governantes). A ideia de que a política não tem a ver conosco é resultado, em grande parte, da maneira negativa como a enxergamos – um jogo de interesses escusos e de práticas desonestas, contrário ao interesse público. Para muita gente, os políticos são pessoas desonestas e descomprometidas com o bem comum – “político é tudo ladrão”, dizem por aí.
Contudo, além de ser uma generalização (e, como toda generalização, um preconceito) a política não é praticada apenas pelos políticos profissionais, e tampouco se restringe aos grandes centros de tomada de decisão (assembleias legislativas, palácios presidenciais).  É, sim, feita por todos nós, cidadãos comuns, nas urnas, nos protestos de rua, nas marchas e passeatas populares que levantam bandeiras e defendem causas de setores ou grupos da sociedade. Você já refletiu sobre isso?
Assim, uma parada gay e uma greve de professores da rede pública ou privada de ensino são exemplos de mobilização política – porque incidem sobre a classe política propriamente dita, influenciando a produção legislativa e as decisões de governo. Mesmo as pessoas que se recusam a votar neste ou naquele candidato, ou a sair às ruas para protestar contra o que quer que seja, declarando-se “apolíticas”, agem politicamente, pois sua decisão de não participar, de não exercer seus direitos políticos, acaba favorecendo o grupo político que está na situação ou no comando.


A invenção da política pelos gregos

Costumamos dizer que os gregos antigos “inventaram” a política. Inventaram-na porque, antes de qualquer outro povo, pensaram a sociedade como um campo em que os homens têm papel ativo e decisivo, diferentemente da natureza, que não pode ser modificada mediante a vontade ou a iniciativa dos seres humanos. A ação política ficou assim entendida pelos gregos da Antiguidade como toda ação humana que pretende moldar a sociedade, estabelecendo suas regras de funcionamento e padrões de convivência.
No universo grego tradicional, a cidade (polis) é o centro de referência ou de gravitação da vida política – não por acaso, a palavra “política” vem daí. Tudo que acontece na cidade é de caráter público e, portanto, político. Assim, a política diz respeito à administração da cidade, dos negócios públicos, o que fica a cargo não de pessoas específicas ou treinadas para isso, mas de todos os cidadãos reunidos em
praça pública ou assembleia – era assim que os gregos faziam política: todos participando diretamente da “agenda de governo” da cidade.
Determinadas instituições sociais, mesmo não sendo a rigor “políticas”, atuam politicamente na sociedade ao influenciar o comportamento de indivíduos e grupos, seja em favor do poder, seja na contramão deste. Esse é o caso da Igreja Católica, que durante o século XX se opôs abertamente ao regime comunista instalado nos países do leste europeu, de onde o catolicismo ortodoxo foi banido pelos soviéticos.
As revoluções e os movimentos sociais são geralmente formas de atividade política que se destinam a provocar mudanças na sociedade, de modo turbulento e radical (primeiro caso) ou brando e gradual (segundo caso). Como exemplos de atividades políticas de caráter conservador e transformador (ou progressista), podemos mencionar, respectivamente, a Marcha da Família com Deus pela Liberdade (1964), que reuniu centenas de pessoas nas ruas de São Paulo contra o governo do presidente João Goulart (1961-1964), ajudando a precipitar o golpe militar de 1964, que o derrubou do poder, e a campanha das Diretas Já (1983-1984), movimento popular em favor das eleições diretas para Presidente da República, “trancadas” pelo regime ditatorial. instalado no país pelos militares.

Revoluções e seus impactos

Figura 4: Revolução francesa

As revoluções são acontecimentos políticos pouco comuns na vida dos povos. Algumas revoluções tiveram impacto não só sobre a sociedade que lhe serviu de palco como também fora dela – exemplo: a Revolução Francesa, cujos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade se espalharam por todo o Ocidente. Já a revolução socialista cubana, que levou seu líder Fidel Castro ao poder em 1959, não se propagou por outros países do continente, apesar da tentativa de Che Guevara (“braço direito” de Fidel), morto na selva da Bolívia pelo exército deste país.
Podemos concluir que a política, em sentido restrito, tem a ver com o poder.  Daí a política significar, para o grande sociólogo Max Weber (1864-1920), “a participação no poder ou a luta para influir na distribuição do poder, seja entre Estados ou entre grupos dentro de um Estado” (Weber, 1974). Contudo, como assinalamos acima, tomam parte na política não só seus respectivos especialistas – os “políticos” –, mas os cidadãos em geral. Estes atuam politicamente não apenas de tempo em tempo, nas eleições, mas de muitas outras formas, regularmente – nas associações de moradores, que formam para cobrar dos governos obras de melhoria e infraestrutura; nas mobilizações e campanhas contra a corrupção na esfera pública.
Se a política pode ser às vezes definida como “um mar de lama” pela sociedade, já descrente, não deixa de ser ela, todavia, um mecanismo de estruturação da sociedade, na medida em que fixa leis e impõe regras de sociabilidade, indispensáveis à vida coletiva – os antigos (gregos e romanos) viam a política como a mais alta expressão da dignidade humana, já que libertava o homem da barbárie primitiva e o inseria na esfera do mundo civilizado.
O mal não está, portanto, na política, mas neles próprios. O mesmo ocorre em outros campos da vida social, como na religião, cujos princípios gerais são por vezes corrompidos ou deturpados para benefício de seus líderes e prejuízo dos fiéis – “homens são homens”, já disse Shakespeare. Contra os “males da política” – ou, quem sabe, da própria natureza humana – existem remédios institucionais que, se não eliminam de todo a doença, a torna menos nefasta para a sociedade. Um desses “remédios” é o princípio da divisão do poder (concebido no século XVIII), do qual falaremos mais adiante, nas próximas discussões.

IMPORTANTE
Autorreflexão sobre a nossa responsabilidade com a política governamental

Você lembra em quem votou para presidente na última eleição? E para deputado estadual e federal? Na esfera municipal, lembra em quem votou para prefeito e vereador?  Esse é um bom exercício de consciência política que nos ajuda a medir o quanto estamos exercendo o direito de fiscalizar os mandatos de nossos representantes e participar ativamente do processo eleitoral.

* Este material é uma adaptação dos Módulos produzidos pela Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro intitulado “Ciências Humanas e suas tecnologias” de autoria da CECIERJ.



Conhecimento sociológico e senso comum

1º ano do Ensino Médio

2ª ATIVIDADE

Disciplina de Sociologia

1º Bimestre

Eixo: Produção de conhecimento: uma característica fundamental das sociedades humanas

Conhecimento sociológico e senso comum

A Sociologia corresponde às três disciplinas das Ciências Sociais: Sociologia, Antropologia e Ciência Política.

Conheceremos algumas ferramentas das Ciências Sociais que podem contribuir para olharmos o mundo e o nosso cotidiano de forma mais crítica. Passearemos brevemente pelos autores considerados mais importantes nessa área. Iniciaremos nossas discussões abordando o tema conhecimento sociológico, para entender em que sentido ele se diferencia de outras formas de conhecimento.

Conhecer, segundo o dicionário Aurélio de língua portuguesa, é ter noção, conhecimento, informação e saber.


Figura 1: Temos como sinônimos de conhecimento os substantivos ideia, noção, informação, notícia, ciência, prática da vida, experiência, discernimento, critério, apreciação, consciência de si mesmo e acordo.

Estes são substantivos que nos são extremamente familiares, e nos remetem a habilidades que todos nós vamos desenvolvendo ao longo da vida. Mas, há muitas formas e maneiras de obter ou produzir conhecimento. O que será que diferencia o conhecimento sociológico de outras formas de conhecimento?

Chamamos de senso comum o conhecimento que resulta de opiniões geralmente aceitas de modo acrítico como verdades, comumente compartilhadas por indivíduos de uma determinada época, local ou grupo social. É uma forma de conhecimento baseada muitas vezes no pensamento mais imediato, resultante da experiência de vida cotidiana, que, por exemplo, associa os comportamentos dos indivíduos à natureza humana, ao invés de relacioná-los à
cultura. Estes pensamentos muitas vezes nos são transmitidos a partir dos meios de comunicação de massa, uma vez que podem representar a expressão de muitas pessoas.

O senso comum é indispensável à continuidade das nossas vidas porque muito do que aprendemos para o dia a dia, chega até nós, desde a mais tenra infância, por meio de conhecimento transmitido a partir do senso comum.

Mas importantes sociólogos alertam: quando repetidos muitas vezes, os fatos tendem a se tornar familiares, e o que é familiar costuma ser considerado autoexplicativo, por vezes não apresentando problemas, por vezes não despertando muita curiosidade.

O conhecimento sociológico por sua vez, visa refletir criticamente sobre os fatos, fenômenos e acontecimentos sociais, a partir de ferramentas próprias da Sociologia, na tentativa de extrapolar os sentidos do senso comum. Muitas vezes o conhecimento sociológico nos faz olhar por outros ângulos, nos deslocando daquilo que já conhecemos e nos lançando a caminhos que estão a ser descobertos. A Sociologia, ao contrário do senso comum, atina-se a um discurso responsável, utilizando os atributos da ciência para se distinguir de outras formas de conhecimento.

O saber sociológico pode oferecer algo que o senso comum, por mais rico que seja, não poderia dar. Mas qual seria a diferença entre um tipo de conhecimento e outro, então?

Para Bauman e May (2010), dois sociólogos contemporâneos, a Sociologia e o senso comum diferem quanto ao sentido que cada um atribui à vida humana em termos de como entendem e como explicam os eventos, circunstâncias, fatos, fenômenos e culturas. Pensar sociologicamente é dar sentido à vida através da análise das numerosas teias de interdependência humana. O objetivo maior da disciplina seria então a compreensão. Pensar sociologicamente pode nos tornar mais abertos em relação ao que é diferente ou ao que não conhecemos; pode nos ajudar a tentar estranhar o que é considerado natural. Quanto mais viável for essa aventura, mais flexíveis os indivíduos serão, e mais poder terão!

O nascimento da Sociologia

A Sociologia é uma disciplina que nasce no século XIX como resposta às grandes transformações socioeconômicas da Europa. Você deve ter visto em História que a desintegração da ordem feudal, o Renascimento e o Iluminismo, deram os contornos para a sociedade capitalista. Foram base para esses contornos as mudanças que o mundo viu a partir dos séculos XV e XVI e as novas configurações políticas, sociais, econômicas e culturais trazidas pelas Revoluções Industrial e Francesa no século XVIII. A Sociologia surge, portanto, num contexto de revoluções, e há diferentes correntes sociológicas para a compreensão desta nascente sociedade moderna.

São três os principais pensadores da Sociologia: Karl Marx, Max Weber e Émile Durkheim, que se tornaram os clássicos da disciplina, e são considerados seus fundadores. Esses pensadores estavam tentando entender o sentido das transformações sociais e dar conta da complexidade e atrocidades de um mundo industrializado, que produziu novas diferenças entre grupos sociais.

Cada um desses autores está ligado a uma corrente filosófica e a um contexto social específico. Estes intelectuais estabeleceram abordagens conhecidas até hoje por todos os que estudam Ciências Sociais. Suas ideias e obras se difundiram pelo mundo, inspirando muitas gerações de sociólogos em vários países. Por isso eles são considerados clássicos da disciplina.
Você pode fazer o exercício de pensar que muitos acontecimentos da vida social ainda podem ser analisados a partir das sugestões desses intelectuais.

As ferramentas dos sociólogos são os conceitos, as ideias e as noções. Eles visam sintetizar as representações mais gerais e abstratas do que queremos falar. É a partir deles que analisamos a realidade social.  Vejamos as principais ferramentas dos clássicos da Sociologia, para em seguida fazer um exercício que vai nos fazer refletir sobre senso comum e conhecimento sociológico.


Karl Marx (1818 – 1883) é um teórico clássico do pensamento sociológico que tem exercido grande influência na Sociologia e na política no mundo inteiro. Foi um autor muito preocupado com a opressão das forças econômicas da sociedade capitalista. Escreveu muitas obras, sendo a principal e a mais popular - O Capital, em que aborda o sistema capitalista. Este autor explica a história a partir da luta de classes, o conflito e o confronto entre duas classes sociais antagônicas na luta por seus interesses:- a burguesia e o proletariado. No modo de produção capitalista, temos um antagonismo entre a burguesia, classe social que detém os meios de produção (fábricas, terras, capital), e o proletariado, classe social representada pelos trabalhadores, obrigados a vender sua força de trabalho. Em Marx, o papel do pensamento sociológico é a transformação da sociedade, que tende ao conflito de classes.



Émile Durkheim (1858 – 1917) é considerado um dos primeiros teóricos da Sociologia, instituindo-a como disciplina na França. Para este autor, a sociedade funcionava como um organismo exterior e superior aos indivíduos, manifestando-se a partir de um conjunto de crenças, tendências, leis, normas, regras e práticas do grupo tomadas coletivamente, que determinam a maneira de ser e agir dos indivíduos. Para ele a tarefa da Sociologia é a de organização da sociedade, a partir da descoberta das suas leis de funcionamento, através do estudo dos fatos sociais maneiras de agir, de pensar e de sentir gerais, exteriores ao indivíduo e que se impõe de forma coercitiva. Eles são fenômenos sociais que devem ser observados pelo cientista de forma objetiva.


Max Weber (1864-1920) Na Alemanha, Weber foi um autor bastante preocupado em definir métodos e ferramentas de trabalho para os sociólogos. Este autor também se preocupou em estudar o capitalismo, mas prestou especial atenção à cultura e aos significados da ação dos homens na criação desse capitalismo. Sua principal obra foi “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo”, na qual aborda as relações entre política, economia e crenças religiosas. Diferentemente da perspectiva de Durkheim, para ele, a sociedade se forma a partir do conjunto de ações dos indivíduos. Por isso, um dos conceitos fundamentais em sua obra é o de ação social: é o homem que determina o sentido de seus atos. A tarefa da Sociologia é compreender o sentido que o ator social atribui à sua conduta. A ação torna-se social na medida em que cada indivíduo age levando em conta a reação dos outros indivíduos.

* Este material é uma adaptação dos Módulos produzidos pela Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro intitulado “Ciências Humanas e suas tecnologias” de autoria da CECIERJ.


sexta-feira, 15 de abril de 2016

Hoje, 15 de abril de 2016, é o último dia para solicitar o local do simulado on-line


Quem não tem acesso à internet pode solicitar até hoje,15, um local para realizar o primeiro simulado do ‪#‎Enem2016‬.
Não perca a oportunidade de testar seus conhecimentos!
A prova on-line está agendada para o dia 30 de abril.
Saiba mais aqui: http://horadoenem.mec.gov.br/
Fonte: Ministério da Educação