domingo, 10 de julho de 2016

Disciplina de Sociologia Capítulo VII Tópicos 4 e 6 - Questionário

3º ano do Ensino Médio

4ªATIVIDADE

Disciplina de Sociologia

Capítulo VII – Tópicos  4 e 6.

Poder, Política e Estado
Conteúdos:
  • Poder;
  • Política.
  • Estado
Metodologia: Levantamento de hipóteses acerca das categorias "Poder" e "Política"; exposição do conteúdo, leitura coletiva, seguida de debate abordando, principalmente, a categoria "Política".

Recomendação de leitura para casa: Livro Didático páginas 182 a 184; 186 a 189.



Após assistir o vídeo indicado na postagem "3ª atividade" e realizar a leitura das páginas indicadas, @s alun@s devem responder ao questionário registrado abaixo:

1 - Num país que afirma viver uma Democracia, qual a importância da luta coletiva, protagonizada pelo povo, nos dias de hoje?

2 - Qual o principal objetivo de um político que tenta, a todo o momento “calar nossa voz”?

3 - O que o autor-compositor quis dizer quando afirma:

“(eu) mato um leão por dia, arrebento Rocky Balboa
A tempestade é forte
mas não vira minha canoa?

 4 - De acordo com o conceito do sociólogo alemão Max Weber, poder “refere-se à probabilidade de impor a própria vontade numa relação social, mesmo contra a resistência alheia”. No clipe, qual é a instituição representante oficial do Estado que impõe, a todo o tempo, o seu poder? Como você analise essa expressão de poder?

5 - A partir do título da música “Pronto pra tomar o poder”, é possível percebemos um chamamento bastante significativo ao tomar como base o contexto brasileiro. Por qual razão o autor-compositor tem essa iniciativa?

Disciplina de Sociologia - Exibição de Vídeo

2º ano do Ensino Médio

3ª ATIVIDADE

Disciplina de Sociologia

2º Bimestre

Eixo: Cultura e Sociedade - cultura, poder e diversidade nas relações cotidianas

Capítulo V – Tópicos 1, 2 e 3.

A cultura e suas transformações
Conteúdos:
  • Cultura, civilização e diversidade cultural
Metodologia: exibição do filme crash - no limite, seguida de debate coletivo acerca das principais categorias abordadas: Diversidade Cultural;Interação Cultural; Identidade Cultural; Preconceito; Racismo; Xenofobia e Ideologia.
Realização de uma atividade abordando o conteúdo trabalhado (pág. 132).

O Filme pode ser acessado logo abaixo:

Crash - no limite

Recomendação de leitura para casa: Livro Didático páginas 127 a 131.



1º ano do Ensino Médio


4ª ATIVIDADE


Disciplina de Sociologia

2º Bimestre

Eixo: Produção de conhecimento: uma característica fundamental das sociedades humanas

Capítulo II – Tópicos  1, 2 e 3

Sociologia:uma ciência da modernidade


Conteúdos:
  • Visão geral das Ciências Sociais: Sociologia, Antropologia e Ciência Política.
  • Sociologia:base científica, objeto de estudo, métodos;
  • Sociologia e transformações sociais no contexto da modernidade.
Metodologia: Levantamento de hipóteses; exposição do conteúdo; leitura coletiva seguida de debate abordando, principalmente, as teorias e os métodos de estudo da Sociologia; Atividade em sala: Produção de um texto, abordando a reflexão sobre a influência histórica e social da ideologia capitalista, que apregoa uma suposta liberdade do indivíduo, ocultando as determinantes históricas e sociais que atuam diretamente na personalidade, nos hábitos e nos modos de produzir do indivíduo (pág. 54).

Recomendação de leitura para casa: Livro Didático páginas 47 a 54.

Disciplina de Sociologia Capítulo II - Tópicos 1, 2 e 3


1º ano do Ensino Médio


3ª ATIVIDADE


Disciplina de Sociologia

1º Bimestre

Eixo: Produção de conhecimento: uma característica fundamental das sociedades humanas

Capítulo II – Tópicos  1, 2, 3

Sociologia:uma ciência da modernidade


Conteúdos:
  • Visão geral das Ciências Sociais: Sociologia, Antropologia e Ciência Política.
  • Sociologia:base científica, objeto de estudo, métodos;
  • Sociologia e transformações sociais no contexto da modernidade.
Metodologia: Levantamento de hipóteses; exposição do conteúdo; leitura coletiva seguida de debate abordando, principalmente, a base científica da Sociologia e os seus objetos de estudo.

Recomendação de leitura para casa: Livro Didático páginas 38 a 46.

domingo, 12 de junho de 2016

Disciplina de Sociologia Capítulo VI Tópicos 1 e 2 - Questionário

3º ano do Ensino Médio


4ª ATIVIDADE


Disciplina de Sociologia

Capítulo VI – Tópicos  1 e 2

Poder, Política e Estado


Conteúdos:
  • Poder;
  • Política.
Metodologia: Levantamento de hipóteses acerca das categorias "Poder" e "Política"; exposição do conteúdo, leitura coletiva, seguida de debate abordando, principalmente, a categoria "Política".

Recomendação de leitura para casa: Livro Didático páginas 141, 142 e 143.



Após assistir o vídeo indicado na postagem "3ª atividade" e realizar a leitura das páginas indicadas, @s alun@s devem responder ao questionário registrado abaixo:

1 - Num país que afirma viver uma Democracia, qual a importância da luta coletiva, protagonizada pelo povo, nos dias de hoje?

2 - Qual o principal objetivo de um político que tenta, a todo o momento “calar nossa voz”?

3 - O que o autor-compositor quis dizer quando afirma:

“(eu) mato um leão por dia, arrebento Rocky Balboa
A tempestade é forte
mas não vira minha canoa?

 4 - De acordo com o conceito do sociólogo alemão Max Weber, poder “refere-se à probabilidade de impor a própria vontade numa relação social, mesmo contra a resistência alheia”. No clipe, qual é a instituição representante oficial do Estado que impõe, a todo o tempo, o seu poder? Como você analise essa expressão de poder?

5 - A partir do título da música “Pronto pra tomar o poder”, é possível percebemos um chamamento bastante significativo ao tomar como base o contexto brasileiro. Por qual razão o autor-compositor tem essa iniciativa?


Disciplina de Sociologia - Exibição de vídeo

3º ano do Ensino Médio

3ª ATIVIDADE

Pronto Pra Tomar o Poder


OrientaçãoAssistir ao vídeo e, em seguida, responder a atividade indicada (ver o post da 4ª atividade).

Disciplina de Sociologia Capítulo 3 Tópicos 1 e 2 - Questionário

2º ano do Ensino Médio


4ª ATIVIDADE


Disciplina de Sociologia

Capítulo III – Tópicos  1 e 2

Cultura e Ideologia


Conteúdos:
  • Cultura;
  • Cultura e vida social
  • Etnocentrismo;
  • Relativismo Cultural.
Metodologia: Levantamento de hipóteses acerca do conceito de "Cultura"; exposição do conteúdo; leitura coletiva, seguida de debate abordando, principalmente, as categorias "Cultura",  "Etnocentrismo" e "Relativismo Cultural".

Recomendação de leitura para casa: Livro Didático páginas 64, 65 e 66.

Após assistir o vídeo indicado na postagem "3ª atividade" e realizar a leitura das páginas indicadas, @s alun@s devem responder ao questionário registrado abaixo:


1 - Como foi possível observarmos a partir das leituras sobre o conceito de “Cultura”, percebemos que há vários significados. Mas, em um deles, além de não estabelecermos um parâmetro que indique a sua correção ou superioridade, podemos concluir e verificar a amplitude e a importância dessa mesma categoria. Qual seria esse conceito?

2 - “[...] presos a uma única cultura, somos não apenas cegos à dos outros, mas míopes quando se trata da nossa”. (Laplandine, 2003:21).
Que análise crítica pode ser feita acerca do preconceito cultural, ao tomarmos como base dessa discussão a afirmação de Laplandine, expressa anteriormente?

3 - Diferencie Etnocentrismo e Relativismo Cultural.

4 - O mapa político do Brasil representado no vídeo sobre cultura, expressa com clareza uma das formas mais conhecidas de Etnocentrismo. Qual?

5 - O vídeo sobre cultura retrata vários exemplos da expressão do Etnocentrismo. Escolha um deles e explique o que poderia ser feito para acabarmos ou, pelo menos, minimizarmos esse tipo de problemática. 


Disciplina de Sociologia - Exibição de vídeo

2º ano do Ensino Médio

3ª ATIVIDADE

Cultura, Etnocentrismo e  Relativismo Cultural


Orientação: Assistir ao vídeo e, em seguida, responder o questionário indicado (ver o post da 4ª atividade).

domingo, 29 de maio de 2016

Disciplina de Sociologia - Leitura complementar

3º ano do Ensino Médio


2ª ATIVIDADE

Disciplina de Sociologia

Conteúdo: Política

A palavra política costuma ser usada de diferentes maneiras no cotidiano das pessoas. Uma delas, a mais frequente, se refere às ações dos governos e de seus opositores. Tem a ver, por exemplo, com o discurso de um deputado ou senador na tribuna, ou com uma reunião de partido. Nesse sentido, a política diz respeito a uma atividade específica de certas pessoas: os políticos profissionais. Estes disputam permanentemente espaço nos órgãos da administração pública, como parlamento e ministérios.
Figura 1: Câmara dos Deputados, Brasília

Se política quer dizer isso em sentido específico, em sentido geral política engloba toda e qualquer atividade humana que se destina a um fim, a um objetivo, a uma forma de organizar as atividades humanas. Desse modo, falamos de “política da escola”, “política do hospital”, “política da empresa”, “política sindical”, e por aí vai.  A maneira como uma instituição define sua estratégia de atuação ou a administração de seus recursos é, por assim dizer, política. Ainda nesse sentido, não só as instituições, mas também as pessoas comuns, todas, fazem política em seu cotidiano – no trabalho, na relação com os amigos, e até no amor. Dizemos às vezes: “Você precisa ser mais político” – o que não significa dizer “ser mais politizado” ou se interessar mais por “política”. A atividade política tem como finalidade prática a conservação ou a transformação das condições objetivas da sociedade.

                   Figura 2: Político

No primeiro sentido que damos à palavra política – que é o que nos interessa aqui – a “política” figura como alguma coisa distante da vida comum das pessoas ou da sociedade em que vivemos, já que acreditamos não ser praticada por nós mesmos, mas por “outros”, os políticos profissionais (deputados, senadores, ministros, governantes). A ideia de que a política não tem a ver conosco é resultado, em grande parte, da maneira negativa como a enxergamos – um jogo de interesses escusos e de práticas desonestas, contrário ao interesse público. Para muita gente, os políticos são pessoas desonestas e descomprometidas com o bem comum – “político é tudo ladrão”, dizem por aí.
Contudo, além de ser uma generalização (e, como toda generalização, um preconceito) a política não é praticada apenas pelos políticos profissionais, e tampouco se restringe aos grandes centros de tomada de decisão (assembleias legislativas, palácios presidenciais).  É, sim, feita por todos nós, cidadãos comuns, nas urnas, nos protestos de rua, nas marchas e passeatas populares que levantam bandeiras e defendem causas de setores ou grupos da sociedade. Você já refletiu sobre isso?
Assim, uma parada gay e uma greve de professores da rede pública ou privada de ensino são exemplos de mobilização política – porque incidem sobre a classe política propriamente dita, influenciando a produção legislativa e as decisões de governo. Mesmo as pessoas que se recusam a votar neste ou naquele candidato, ou a sair às ruas para protestar contra o que quer que seja, declarando-se “apolíticas”, agem politicamente, pois sua decisão de não participar, de não exercer seus direitos políticos, acaba favorecendo o grupo político que está na situação ou no comando.


A invenção da política pelos gregos

Costumamos dizer que os gregos antigos “inventaram” a política. Inventaram-na porque, antes de qualquer outro povo, pensaram a sociedade como um campo em que os homens têm papel ativo e decisivo, diferentemente da natureza, que não pode ser modificada mediante a vontade ou a iniciativa dos seres humanos. A ação política ficou assim entendida pelos gregos da Antiguidade como toda ação humana que pretende moldar a sociedade, estabelecendo suas regras de funcionamento e padrões de convivência.
No universo grego tradicional, a cidade (polis) é o centro de referência ou de gravitação da vida política – não por acaso, a palavra “política” vem daí. Tudo que acontece na cidade é de caráter público e, portanto, político. Assim, a política diz respeito à administração da cidade, dos negócios públicos, o que fica a cargo não de pessoas específicas ou treinadas para isso, mas de todos os cidadãos reunidos em
praça pública ou assembleia – era assim que os gregos faziam política: todos participando diretamente da “agenda de governo” da cidade.
Determinadas instituições sociais, mesmo não sendo a rigor “políticas”, atuam politicamente na sociedade ao influenciar o comportamento de indivíduos e grupos, seja em favor do poder, seja na contramão deste. Esse é o caso da Igreja Católica, que durante o século XX se opôs abertamente ao regime comunista instalado nos países do leste europeu, de onde o catolicismo ortodoxo foi banido pelos soviéticos.
As revoluções e os movimentos sociais são geralmente formas de atividade política que se destinam a provocar mudanças na sociedade, de modo turbulento e radical (primeiro caso) ou brando e gradual (segundo caso). Como exemplos de atividades políticas de caráter conservador e transformador (ou progressista), podemos mencionar, respectivamente, a Marcha da Família com Deus pela Liberdade (1964), que reuniu centenas de pessoas nas ruas de São Paulo contra o governo do presidente João Goulart (1961-1964), ajudando a precipitar o golpe militar de 1964, que o derrubou do poder, e a campanha das Diretas Já (1983-1984), movimento popular em favor das eleições diretas para Presidente da República, “trancadas” pelo regime ditatorial. instalado no país pelos militares.

Revoluções e seus impactos

Figura 4: Revolução francesa

As revoluções são acontecimentos políticos pouco comuns na vida dos povos. Algumas revoluções tiveram impacto não só sobre a sociedade que lhe serviu de palco como também fora dela – exemplo: a Revolução Francesa, cujos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade se espalharam por todo o Ocidente. Já a revolução socialista cubana, que levou seu líder Fidel Castro ao poder em 1959, não se propagou por outros países do continente, apesar da tentativa de Che Guevara (“braço direito” de Fidel), morto na selva da Bolívia pelo exército deste país.
Podemos concluir que a política, em sentido restrito, tem a ver com o poder.  Daí a política significar, para o grande sociólogo Max Weber (1864-1920), “a participação no poder ou a luta para influir na distribuição do poder, seja entre Estados ou entre grupos dentro de um Estado” (Weber, 1974). Contudo, como assinalamos acima, tomam partena política não só seus respectivos especialistas – os “políticos” –, mas os cidadãos em geral. Estes atuam politicamente não apenas de tempo em tempo, nas eleições, mas de muitas outras formas, regularmente – nas associações de moradores, que formam para cobrar dos governos obras de melhoria e infraestrutura; nas mobilizações e campanhas contra a corrupção na esfera pública.
Se a política pode ser às vezes definida como “um mar de lama” pela sociedade, já descrente, não deixa de ser ela, todavia, um mecanismo de estruturação da sociedade, na medida em que fixa leis e impõe regras de sociabilidade, indispensáveis à vida coletiva – os antigos (gregos e romanos) viam a política como a mais alta expressão da dignidade humana, já que libertava o homem da barbárie primitiva e o inseria na esfera do mundo civilizado.
O mal não está, portanto, na política, mas neles próprios. O mesmo ocorre em outros campos da vida social, como na religião, cujos princípios gerais são por vezes corrompidos ou deturpados para benefício de seus líderes e prejuízo dos fiéis – “homens são homens”, já disse Shakespeare. Contra os “males da política” – ou, quem sabe, da própria natureza humana – existem remédios institucionais que, se não eliminam de todo a doença, a torna menos nefasta para a sociedade. Um desses “remédios” é o princípio da divisão do poder (concebido no século XVIII), do qual falaremos mais adiante, nas próximas discussões.

IMPORTANTE
Autorreflexão sobre a nossa responsabilidade com a política governamental

Você lembra em quem votou para presidente na última eleição? E para deputado estadual e federal? Na esfera municipal, lembra em quem votou para prefeito e vereador?  Esse é um bom exercício de consciência política que nos ajuda a medir o quanto estamos exercendo o direito de fiscalizar os mandatos de nossos representantes e participar ativamente do processo eleitoral.

* Este material é uma adaptação dos Módulos produzidos pela Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro intitulado “Ciências Humanas e suas tecnologias” de autoria da CECIERJ.

Disciplina de Sociologia Capítulo VI - Tópicos 1 e 2

1ª ATIVIDADE


Disciplina de Sociologia

Capítulo VI – Tópicos  1 e 2

Poder, Política e Estado

Conteúdos:
  • Poder;
  • Política.
Metodologia: Levantamento de hipóteses acerca das categorias "Poder" e "Política"; exposição do conteúdo, leitura coletiva, seguida de debate abordando, principalmente, a categoria "Política".

Recomendação de leitura para casa: Livro Didático páginas 136, 137, 138, 139 e 140.

Disciplina de Sociologia - Leitura complementar

2º ano do Ensino Médio

2ª ATIVIDADE

O que é cultura?
 
Figura 6: A chegada de Cristóvão Colombo. Óleo sobre tela 365.76 cm x 548.64 cm, 1847.

Algumas palavras são tão comuns em nosso vocabulário, que nos escapa o sentido que atribuímos a elas. Talvez o termo cultura seja um dos mais traiçoeiros; usamos esta palavra tanto para elogiar pessoas, obras de arte ou coisas, como para falar mal delas. Podemos dizer que alguém tem pouca cultura ou, ao contrário, que alguém tem cultura demais. Podemos usar o termo para falar do nosso modo de ser, que nos é evidente, “natural”, mas também para designar os modos e crenças de grupos cujas práticas nos parecem estranhas e exóticas. Nosso objetivo, agora, é perceber que “cultura” pode ser vista como um conceito, uma ideia, uma ferramenta de trabalho para as Ciências Sociais.
Não é necessário ir muito longe para encontrar hábitos e crenças diferentes dos seus. Você pode até não viajar para o Japão, mas pode atravessar a cidade ou viajar para o bairro ao lado e lá estão as diferenças. Pessoas se podem se vestir e se comportar de outra forma, ouvem músicas diferentes ou, mesmo se ouvirem a mesma música, aindapodem dançar de forma diferente. Talvez uma das poucas coisas universais entre os seres humanos, fora algumas características biológicas (como respirar, dormir ou comer), seja essa nossa infinita capacidade de inventar modos de vida distintos; de criar diferenças. Isso nos diferencia dos outros animais não-humanos. Um cachorro possivelmente será o mesmo cachorro, terá um comportamento muito semelhante, independentemente da cidade onde ele nasceu; mas os seres humanos não. Os demais animais estão presos aos seus instintos, a mecanismos hereditários que os fazem repetir comportamentos. Os seres humanos estão presos, como afirmam tantos antropólogos, de tantas formasdiferentes, aos “grilhões da tradição” ou às teias de significados do grupo onde nascemos e que nós re-inventamos todos os dias. Nós nascemos como animais inacabados, incompletos, que nos completamos através da cultura, um mecanismo de controle que regula o nosso comportamento. Para existirmos em um mundo específico, em um determinado universo social, precisamos desse mapa para nos situar. É isso que faz de nós seres humanos. Nós inventamos diferenças, atribuímos um sentido às nossas práticas e podemos ensinar isso aos nossos descendentes.

Inato ou adquirido? Biológico ou cultural?

O conceito de cultura nos ajuda a explicar um aparente paradoxo: apesar da unidade biológica da espécie humana, nós somos marcados por uma quase infinita diversidade cultural.

Ora, é a cultura que nos permite explicar esta questão: o que nos humaniza são nossas diferenças e especificidades, é o mapa que recebemos e transformamos para nos mover no mundo. Como disse o antropólogo Roberto da Matta,
"Cultura" não é simplesmente um referente que marca uma hierarquia de "civilização" mas a maneira de viver total de um grupo, sociedade, país ou pessoa. Cultura é, em Antropologia Social e Sociologia, um mapa, um receituário, um código através do qual as pessoas de um dado grupo pensam, classificam, estudam e modificam o mundo e a si mesmas. (...) No sentido antropológico, portanto, a cultura é um conjunto de regras que nos diz como o mundo pode e deve ser classificado. Ela, como os textos teatrais, não pode prever completamente como iremos nos sentir em cada papel que devemos ou temos necessariamente que desempenhar, mas indica maneiras gerais e exemplos de como pessoas que viveram antes de nós os desempenharam. (Da Matta, 1981: 2-3).

Alteridade e estranhamento: encontro de culturas, choque com o outro

Em termos gerais, sabemos que lidar com o outro não é fácil. Mas imagine que este outro é um extra-terrestre, e que não fazemos a mínima ideia sobre como o grupo no qual ele está inserido compreende o mundo. Não sabemos que idioma eles falam, quais deuses adoram- ou se adoram alguma coisa. Essa deve ter sido a sensação dos europeus ao chegar no “novo mundo”, no que chamaríamos depois de continente americano. Cristóvão Colombo não estava certo sequer se aquilo que ouvia quando os nativos emitiam sons era de fato um idioma ou simplesmente ruídos desconexos e sem sentido (Todorov, 2010). Um encontro tão radical com o outro pode ter uma série de consequências; o que os portugueses, espanhóis e nativos viveram neste encontro de diferenças foi o que podemos chamar de estranhamento como O estranhamento é uma experiência que pode ser definida a perplexidade provocada pelo encontro das culturas que são para nós as mais distantes, e cujo encontro vai levar a uma modificação do olhar que se tinha sobre si mesmo. De fato, presos a uma única cultura, somos não apenas cegos à dos outros, mas míopes quando se trata da nossa. (Laplantine, 2003: 21).
Essa sensação de estranhamento e a experiência da alteridade são necessárias se nos interessamos pela forma como os outros vivem e se pretendemos “desnaturalizar” a forma como nós mesmos vivemos. Esta é uma palavra que você vai ouvir muito neste curso, porque “desnaturalizar” o mundo social é um dos objetivos e uma das consequências de se estudar Ciências Sociais. Ao entrar neste mundo, nós tendemos a perceber que a nossa forma de ser
é apenas mais uma forma de ser. Ou seja, os hábitos e costumes humanos não estão inscritos em qualquer natureza, não são universais, mas variam conforme esta palavra curta, mas cheia de significado: a cultura.
Para fixar o que acabamos de ver, vamos conhecer dois conceitos que são centrais para o estudo da cultura nas Ciências Sociais: Etnocentrismo Relativismo Cultural

Etnocentrismo:
"Etnocentrismo é uma visão do mundo no qual tomamos nosso próprio grupo como centro de tudo, e os demais grupos são pensados e sentidos pelos nossos próprios valores, nossos modelos, nossas definições do que é existência. No plano intelectual pode ser visto como a dificuldade de pensarmos a diferença; no plano afetivo, como sentimentos de estranheza, medo, hostilidade etc” (Rocha, 2006: p.7).
"O fato de que o homem vê o mundo através de sua cultura tem como consequência a propensão em considerar o seu modo de vida como o mais correto e natural. Tal tendência, denominada de etnocentrismo, é responsável em seus casos extremos pela ocorrência de numerosos conflitos sociais” (Laraia, 1986: p.75). 

Relativismo Cultural:
Quando vemos que as verdades da vida são menos uma questão de essência das coisas e mais uma questão de posição: estamos relativizando. Quando o significado de um ato é visto não na sua dimensão absoluta, mas no contexto do que acontece: estamos relativizando. Quando compreendemos o “outro” nos seus próprios valores e não nos nossos: estamos relativizando. Enfim, relativizar é ver as coisas do mundo como uma relação capaz de ter tido um nascimento, capaz de ter um fim ou uma transformação. Relativizar é não transformara diferença em hierarquia, em superiores ou inferiores ou em bem e mal, mas vê-la na sua dimensão de riqueza por ser diferença. (Rocha, 2006: p.20)

* Este material é uma adaptação dos Módulos produzidos pela Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro intitulado “Ciências Humanas e suas tecnologias” de autoria da CECIERJ